Foi só uma vez no passado

É, eu já te quis embrulhado pra presente com um laço de fita na porta da minha casa, e já te quis em viajem a trabalho no Alaska, com passagem só de ida, pra eu nunca mais ter que te ver de novo. Já quis não te sentir e já quis tanto te sentir que eu acabei culpando você por me sufocar, mas eu não cheguei a te dar essa oportunidade, era eu mesma que me segurava no fundo da piscina esperando a respiração disso tudo parar.
Sempre arranjo um jeito de sufocar. E na maioria das vezes eu faço isso sozinha com um travesseiro numa crise de tpm no meio da noite, o que eu até prefiro porque ele tem cheiro do meu cabelo limpo com xampu de damasco. O meu cheiro de começo e fim, de dia ou de respiração.
Com o tempo fica fácil viver com esses fins sufocados que não tiveram um bem um começo, o difícil é viver com começos que não tiveram bem um fim. Desses que me causam náuseas quando eu invento de querer te pensar de novo só pelo prazer de gostar do difícil, ai eu penso que pro “a gente” ia precisar de mais do que a dobradinha de química no primeiro dia de aula, foi melhor mesmo adiantar o sufocamento por isso eu também penso: que merda eu tava pensando quando eu já te quis?

Nenhum comentário:

Postar um comentário